“O impossível não existe”

Desde cedo João Chagas Leite sentia uma vontade imensa de tocar violão, isto fazia com que aquele menino, da pequena Uruguaiana, procurasse entre as brincadeiras normais de sua idade, assistir aos ensaios de “Teco Ibarra e seu conjunto”.

Este por sua vez, dava concertos de violão em dois dias por semana na Rádio Charrua, e quem carregava o seu violão era o menino João. – após cada concerto o seu “Teco” me pedia para passar um feltro entre as cordas do violão, lembra João. Logo surgiu a pergunta, por parte do seu “Teco”,João não gostaria de aprender a tocar violão. Este dia mudaria completamente a vida do menino.

Oriundo de família humilde, até a aquisição de um violão constituía uma enorme dificuldade. Seu pai trabalhava na prefeitura, na área de pavimentação, e seus instrumentos eram a pá e o picão. Foi com muito custo, assim, que seu pai conseguiu adquirir o primeiro violão do seu filho famoso. As dificuldades originadas por um pequeno problema na mão esquerda obrigaram-no a criar sua própria maneira de executar o instrumento.- quando seu “Teco” começou a me ensinar, me disse para inverter a posição do violão, ou seja, com os bordões para baixo. Mas mesmo assim eu não conseguia tirar som do violão e meus dedos sangravam muito. Foi quando eu conheci a “Dedeira” e descobri que poderia moldá-la com água quente.

A partir daí, o violão tinha som de violão. Mas uma coisa ainda o intrigava: seus pais tinham, inconscientemente, um sentimento de culpa por causa do probleminha em sua mão esquerda e ele queria libertá-los disso. Na época, João era fã de Roberto Carlos e a primeira música que aprendeu no violão, foi “O Portão”. Um certo dia seu pai chegara para o almoço. João estava decidido que seria neste dia a libertação de seus pais. Então pediu um minuto de atenção.

– a família estava toda reunida e daí eu larguei os versos: “Eu cheguei em frente ao portão, meu cachorro me sorriu latindo…”. Uma emoção muito grande tomou conta de todos nós, nos abraçamos e, daí em diante, minha vida mudou completamente, eu nascia para a música. Por isso eu sempre digo: “O impossível só existe para aquele que realmente morre para a vida”. Trajetória Dizem que é à noite quem faz o artista, mais precisamente os bares e, como cantava Milton Nascimento: “Foi nos bares da vida, ou num bar em troca de pão, que muita gente boa pôs o pé na profissão”. Com João Chagas Leite a historia se repete, e os bares de Uruguaiana tiveram o privilégio de acompanhá-lo no inicio da carreira. As baladas românticas estavam em alta, a jovem guarda iniciava sua historia, o rock era a opção da juventude. A rádio Charrua executava diariamente os grandes sucessos oriundos do eixo Rio/São Paulo, assim como os programas ao vivo com a participação de artistas locais, entre eles o próprio João. Logo surgiram convites para participar de conjuntos, o que João chagas leite não recusara em nenhuma hipótese, tornando-se guitarrista de baile.

Em seguida participou do grupo pesquisa, um conjunto vocal que contou ainda com a participação de César Passarinho e João de Almeida Neto. Com o surgimento dos festivais, João Chagas Leite deu inicio à carreira solo.”Eu considero os festivais como ponto de partida para o músico do Rio Grande do Sul, pois assim como eu, outros tantos artistas iniciaram suas carreiras nos festivais, tornando-se conhecidos do grande público”.

Até o lançamento de “Dança”, João Chagas Leite ganhou nove festivais e foi premiado em tantos outros como o melhor interprete e também como o mais popular, entre outras proezas.

Lançou seis discos e uma coletânea.

Percorreu vários estados brasileiros, foi escolhido o melhor interprete do Rio grande do Sul em 1994 e 1995.

E hoje se considera um vitorioso, apesar de achar que ainda tem muito a fazer.

 

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